Mesmo com inflação e juros elevados, a retomada do setor de serviços foi o maior impulsionador para a aceleração do crescimento econômico. Especialista aponta como empresas e empresários devem agir diante deste cenário.
Segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro obteve crescimento de 1% no primeiro trimestre deste ano em comparação com o último trimestre de 2021. Em valores correntes, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país chegou a R$ 2,249 trilhões.
Principal indicador usado para medir a evolução da economia, o crescimento do PIB indica que o setor econômico do país está em ascensão. De modo geral, quanto maior o PIB maior é a geração de riqueza do país. O avanço econômico é resultado da reabertura econômica e recuperação do mercado de trabalho aliados à valorização das commodities.
Apesar da recuperação no primeiro período do ano, sobretudo no setor de serviços – maior área impactada pelas recessões da pandemia -, os pequenos e grandes negócios têm pela frente um grande desafio para manutenção do crescimento econômico e valorização do poder de compra.
Segundo Ricardo Santos, especialista contábil e CEO da ConsulFis Contabilidade, para os empresários o crescimento do PIB tende a representar um aumento das vendas. Isso porque, “as pessoas passam a ter um maior poder de compra, e a economia de modo geral é beneficiada. Junto a isso, com o aumento das vendas, podemos ter um crescimento na geração de empregos formais, aumento de consumo e demanda”, explica.
A tendência é que o segundo trimestre ainda traga um resultado positivo e alavanque um pouco mais a economia, apesar das expectativas do setor apontarem que o crescimento será menor do que o do primeiro semestre e nos meses seguintes a evolução do cenário tende a estagnar.
Diante deste cenário, Ricardo Santos aponta que as empresas precisam se manter atentas às variações na economia. Assim será possível entender o funcionamento do mercado e traçar estratégias para que as variações não gerem impactos negativos tão grandes em seus negócios. O especialista destaca ainda que a contabilidade consultiva pode ser uma grande aliada dos grandes e pequenos negócios para as futuras variações do PIB.
“Com o aumento do PIB, uma contabilidade consultiva poderá fornecer dados financeiros e econômicos para o empresário, de modo que ele possa apostar num produto ou serviço, decidir em fazer uma expansão ou um outro investimento. Então, o conceito de só lembrar da contabilidade no momento do pagamento de uma guia, por exemplo, precisa ser reformulado. A contabilidade consultiva atua lado a lado com o empresário, auxiliando na tomada de decisão”, explica o consultor contábil.
Para Ricardo Santos o grande diferencial para as empresas é a gestão do negócio, a instituição precisa traçar estratégias e metas viáveis para a realização dos objetivos. O especialista aponta que o crescimento de 1% no PIB não é um resultado grandioso, mas apresenta uma possibilidade de crescimento e retomada de ampliação melhor do que aquilo se previa no ano passado.
“O empresário precisa entender que ele tem a visão do negócio, entende o propósito e estabelece as metas que devem ser atingidas, a contabilidade consultiva pode ser uma aliada no processo, mas não exime o empresário das suas atribuições. É necessário que o contador consultivo e o empresário estabeleça períodos de análise, faça reuniões e mensure os resultados atingidos”, alerta Ricardo Santos.
O fato é que o estudo e acompanhamento do mercado sempre irá determinar o bom rendimento, faturamento e crescimento da empresa. O crescimento do PIB aponta uma possível melhora no quadro econômico do país, mas não necessariamente retrata o positivismo e otimismo da população com a economia.
