Brasileiros trocam sorvetes por açaí

Foto: DIvulgação

Troca de sorvetes por açaí mostra nova oportunidade para empreendedores, diz empresário Carlos Henrique

Empresário Carlos Henrique Siqueira, dono no Brasil das máquinas de açaí Just In Soft, considera que negócios voltados ao fruto podem ser promissores durante e após a pandemia

A alimentação do brasileiro sofreu mudanças significativas nos últimos anos e, entre as alterações analisadas, estão o aumento do consumo do açaí. Um dos estudos que comprovam esta modificação dos hábitos alimentares foi realizado pelo IBGE entre 2017 e 2018 por meio da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF). O resultado foi divulgado em agosto de 2020 e revelou que o fruto amazônico teve aumento de consumo de 86 pontos percentuais na comparação com a pesquisa realizada entre 2008 e 2009. O mesmo levantamento mostrou redução de 42 pontos percentuais no consumo de sorvetes e de picolés. Considerado um superalimento, o açaí ganhou espaço no Brasil todo e em outros países, como Estados Unidos, grande comprador da safra. O empresário dono da marca de máquinas de açaí na forma de sorvete Just In Soft, Carlos Henrique Siqueira, enxerga o mercado como promissor. “O crescimento do consumo do açaí é gigantesco, ganhou espaço tanto como um alimento voltado para atletas quanto como sobremesa”.

O atrativo do fruto em relação aos tradicionais sorvetes é o fato de ser uma fonte riquíssima de nutrientes como fibras, vitaminas (A, E, D, K, B1, B2, C), cálcio, potássio, ferro, gorduras saudáveis, antioxidantes e pela ação anti-inflamatória. Na forma de sorvete, o consumo tem se popularizado não apenas pelo sabor e pela textura, que atraem os consumidores, mas também pela praticidade para os empreendedores. Segundo Carlos Henrique, as máquinas são uma boa opção para quem busca empreender neste meio. “Uma máquina de sorvete economiza mão-de-obra de 3 funcionários ou mais. Isso traz uma entrega com mais agilidade e qualidade”, afirma. Ele destaca que desta forma o produto pode ter rendimento de 10% a 30% maior, já que reduz o desperdício. Outro ponto é a sazonalidade: enquanto o sorvete tem redução da demanda durante o inverno, o açaí se mantém em alta, já que grande parte de seu público é composto por pessoas que buscam alimentação saudável, não apenas uma sobremesa. Em relação à pandemia, que afetou o comércio de rua, Siqueira é otimista. “Basta o movimento voltar para as ruas que as coisas irão se normalizar e a nossa demanda vai aumentar mais ainda”.