BUENO DO BARÃO EXPLICA QUE A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA ESTÁ LIGADA AO PROCESSO DE ESCRAVIZAÇÃO NO BRASIL
O Brasil foi concebido em um processo histórico não muito diferente dos demais países da América Latina. A formação violenta do nosso povo deixou trajado em si marcas estruturais na sociedade atual. Caso da intolerância religiosa, que apresenta-se como um veículo de ameaça aos direitos humanos.
A demonização de Exu e das religiões afrobrasileiras, bem como o processo de europelização das crenças e construção de um mesmo reduto filosófico de entendimento ao sagrado são alguns dos desafios que as comunidades de terreiro tendem a passar no Brasil. A fonte de toda essa constatação está no mesmo cerne: a escravização de pessoas nos séculos passados.
Para o espiritualista, sacerdote em Alta Magia/Ars Goetia e mestre de santo, Bueno do Barão a intolerância religiosa contra as religiosidades afro-brasileiras têm seu princípio nos tempos de escravização. Segundo ele, as culturas do povo preto configuravam uma ameaça para o sistema colonial e por isso foram veemente punidas.
Em 2022 a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) recebeu 545 denúncias de violação à liberdade de crença no Brasil. Além dos dados alarmantes, a ausência de pesquisas e acompanhamentos específicos aos povos de terreiros nos últimos anos também revela negligência do Estado no combate à intolerância.
Bueno do Barão defende ações efetivas no combate à intolerância. Em sua abordagem é necessária reparação histórica e democratização ao conteúdo afrobrasileiro. Demonizar as religiões, em sua visão, é uma tentativa racista de manter viva a herança escravagista no Brasil.
O Mestre relembra ainda que as religiões afro-brasileiras manifestadas no Brasil de hoje são reflexo de muita luta do povo preto. As comunidades de terreiro resistiram de forma significativa para a garantia da manifestação do sagrado. Nesse sentido, o entendimento e respeito aos diferentes formatos da fé também foi fomentado por meio de pautas políticas.
Você pode conhecer mais o Mestre através das redes. Para além de um magista incrível, ele também faz da filosofia e da religião um espaço afetivo e de escuta. Essas relações são encontradas através de suas redes. No Instagram você o encontra como @mestrebuenodobarao.
Sua vida privada também é apresentada no que chama de “livro aberto”. Um magista jovem tem também suas particularidades. Reinaldo, a figura por detrás do Mestre, está no Instagram como @reinaldobuenofilho.