Como os protocolos de reprodução assistida têm colaborado no desejo de maternidade de casais homoafetivos
Brasil vive aumento de 15% na fertilização in vitro (FIV) e de 25% no congelamento de óvulos nos últimos cinco anos; a busca é crescente por casais compostos por mulheres.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o número de procedimentos de fertilização in vitro (FIV) cresceu 15% nos últimos cinco anos, sendo uma parte significativa desse aumento composta por casais homoafetivos. Em 2022, a SBRH registrou que cerca de 10% dos procedimentos de FIV realizados no Brasil foram solicitados por casais homoafetivos, e a tendência é que esse número continue a crescer à medida que mais pessoas têm acesso a informações sobre os tratamentos disponíveis.
No caso do congelamento de óvulos, a Associação Brasileira de Reprodução Assistida (ABRA) reporta que o número de mulheres que optaram por essa prática aumentou 25% nos últimos três anos, com uma parte considerável desse aumento vindo de mulheres solteiras e casais homoafetivos que desejam adiar a maternidade ou garantir a fertilidade para um momento futuro. Em 2023, estima-se que aproximadamente 4.000 mulheres tenham congelado seus óvulos em clínicas de fertilização no Brasil, número que deve continuar crescendo nos próximos anos à medida que mais mulheres têm acesso à informação sobre o procedimento, especialmente pela diminuição do custo dos tratamentos.
O processo da fertilização in vitro (FIV)
A fertilização in vitro (FIV) é uma das opções mais procuradas por casais homoafetivos que desejam ter filhos biológicos. O procedimento consiste na fertilização dos óvulos da mulher com esperma de um doador, que pode ser anônimo ou conhecido, como maridos, companheiros, namorados, amigos ou até conhecidos. O embrião gerado é, então, implantado no útero da mulher. O processo, realizado em clínicas de fertilização, como as clínicas Engravida, é cercado de cuidados médicos e envolve uma série de etapas, incluindo avaliação hormonal, estimulação ovariana e monitoramento da ovulação.
Segundo Andreia Vale, Gerente Nacional de Saúde das clínicas Engravida, a FIV tem se mostrado uma opção segura e eficaz para casais homoafetivos que desejam formar uma família. “A FIV é um processo mais complexo do que a inseminação artificial, mas oferece grandes chances de sucesso, especialmente quando o acompanhamento médico é feito de forma cuidadosa”, afirma.
Congelamento de óvulos como uma decisão acertada
Outro procedimento que tem ganhado popularidade entre casais homoafetivos é o congelamento de óvulos, que permite a preservação da fertilidade feminina. Muitas mulheres que desejam adiar a maternidade optam por congelar seus óvulos em uma fase mais jovem, quando a qualidade dos gametas é mais alta, para usá-los em um momento posterior.
Embora o congelamento de óvulos seja tradicionalmente associado a mulheres que querem adiar a gestação por motivos profissionais ou pessoais, ele também tem sido uma alternativa relevante para casais homoafetivos que desejam garantir uma chance maior de sucesso reprodutivo no futuro. “O congelamento de óvulos é uma excelente opção para mulheres que querem ter filhos em um momento mais tardio da vida, garantindo que seus óvulos, ainda que não utilizados de imediato, sejam preservados. Em casais homoafetivos, isso também pode ser um caminho para uma gestação planejada com mais segurança”, explica Andreia Vale, Gerente Nacional de Saúde das clínicas Engravida.
Dados apresentam um futuro promissor
Em 2023, uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) revelou que 73% dos brasileiros consideram a utilização de tecnologias reprodutivas como a fertilização in vitro (FIV) uma opção legítima para casais homoafetivos. Com o aumento da visibilidade e da aceitação social, espera-se que o acesso a tratamentos reprodutivos continue a se expandir, permitindo que mais casais homoafetivos possam realizar o sonho de ter filhos.
Em um mundo cada vez mais inclusivo, as alternativas reprodutivas, como a FIV, inseminação artificial, congelamento de óvulos e doação de óvulos, oferecem às mulheres a possibilidade de formar famílias de maneira planejada e segura, desafiando normas tradicionais e construindo novos conceitos sobre o que significa ser uma família no Brasil contemporâneo.