Projeto Redes do Médio Xingu: uma iniciativa privada pela conservação da floresta amazônica em pé com geração de renda

• Synergia Socioambiental investe em projeto de geração de renda e conservação da floresta amazônica
• SAF – Sistema de Agroflorestal é opção para garantir boa safra sem agredir o meio ambiente

A Synergia Sociambiental concluiu, em julho deste ano, uma importante etapa do Projeto Redes do Médio Xingu, por meio do qual apoia o cultivo de cacau por famílias ribeirinhas que moram na Estação Ecológica Terra do Meio, em Altamira, Pará: o escoamento de cerca de 3,2 toneladas do cacau de alto grau de qualidade, produzido em sistema de agrofloresta.

“Esse resultado nos enche de orgulho e satisfação, pois estamos falando de plantios jovens e com grande potencial de crescimento”, explica Mario Braga Vasconcellos, coordenador do Projeto Redes do Médio Xingu e um dos idealizadores dessa iniciativa.

Vasconcellos conta que, desde fevereiro de 2022, a Synergia realiza um trabalho de extrema importância na região, oferecendo assessoria técnica e extensão rural, o que colabora para o fortalecimento da governança e do arranjo produtivo local. Além disso, a empresa também tem um trabalho de apoio ao acesso das oportunidades de mercado para que os produtos produzidos por essas famílias, como as amêndoas de cacau que são cultivadas possam de fato serem percebidas dentro do mercado.

Até julho de 2023, quando essa fase do projeto foi concluída, foram realizadas seis expedições à região, em viagens complexas, que demandam três dias de navegação pelos rios Xingu e Iriri. O trabalho de assessoria técnica e extensão rural buscou fortalecer os conhecimentos dos produtores sobre os tratos culturais do cacau, como poda, manejo do solo, adubação orgânica, sombreamento e controle de pragas e doenças.

Além disso, a equipe da Synergia também deu foco na fase de pós-colheita, buscando um cacau de qualidade com maior valor agregado no mercado. Na região, com o apoio da Synergia, foi construído um cocho de fermentação e estufas de secagem das amêndoas de cacau, que contribuíram para um resultado excelente em que 100% da safra pôde ser fermentada e alcançou um grau de secagem satisfatório, com baixo índice de umidade no momento da venda. Uma condição que é extremamente valorizada por compradores de amêndoas de cacau.

A governança do arranjo produtivo buscou aproximar os processos de produção das famílias, com soluções integradas de armazenamento e escoamento, diminuindo custos e otimizando o processo. Nesse contexto, a Synergia subsidiou todo o escoamento da primeira safra, articulando os produtores para que possam arcar coletivamente com as despesas de frete a partir da próxima safra, cuja produção estimada é ainda maior.

A Synergia tomou a decisão de investir nesse apoio porque acredita que a agenda de conservação da Amazônia deve necessariamente considerar estratégias sólidas de geração de renda e melhoria das condições de vida das famílias que, historicamente, desempenham um papel de verdadeiros guardiãs da floresta.

O coordenador do Projeto Redes do Médio Xingu e um dos idealizadores dessa iniciativa, Mario Braga, explica ainda que, no caso de Unidades de Conservação de Uso Sustentável, como as reservas extrativistas (Resex), a implantação de SAFs com cacau deve ocorrer de forma criteriosa, monitorada e atenta às normativas concernentes a cada categoria de área protegida.

“Nosso legado para o desenvolvimento e conservação da Amazônia parte desta premissa, e acreditamos, também, que o cultivo de cacau em sistemas agroflorestais (SAFs) tem grande potencial para promover um desenvolvimento socioambientalmente sustentável de áreas relevantes para a conservação da biodiversidade e o enfrentamento da crise climática”, ressalta Vasconcellos.