Dia Internacional da Pochete: conheça a história da peça polêmica

Spoiler alert: a pochete não surgiu só nos anos 90, na verdade, foi bem ante disso

Até alguns anos atrás, a pochete era vista como algo brega, de pai, de velho, era uma peça ultrapassada que virava o alvo de piadas pela maioria. Mas, a partir de 2018, tudo mudou, o que era visto como algo cafona virou a peça mais desejada e procurada para os jovens colocarem em seus guarda-roupas e usarem em seus looks para diversas ocasioões. Para festa, para dar uma voltinha de bicicleta, para um show, são diversas formas de abusar da bolsinha.

A estrategista de imagem Sophia Marins, explica um pouco melhor sobre a linha do tempo da peça. “Há quem pense que a pochete começou como uma peça masculina nos anos 90, mas na verdade ela está desde a 1ª guerra mundial é usada por mulheres, servia como uma peça utilitária, deixando as mãos livres, assim ajudava muito as que precisavam trabalhar. Desde então, a moda da pochete vem e volta, nos anos 90 era vista por muitos como algo cafona, de uns anos para cá foi usada por fashionistas, com opções de modelos par todos os estilos.”

“O que era para ser brega virou um item extremamente desejado. Vimos a pochete em todos os lugares, até no streetwear, diversas influenciadoras e blogueiras usaram a peça até para ir aos desfiles das semanas de moda, era o item mais presente nas festas, nas baladas, e principalmente nos festivais, a pochete foi, praticamente, de 8 a 80 no conceito das pessoas”, afirma Andressa Gomes, analista de coloração pessoal.

Gucci, Prada, Fendi, marcas importantíssimas no mundo da moda, se renderam à tendência e colocaram a pochete em suas coleções, mas quem deu o pontapé? Ele mesmo, o icônico e saudoso, Karl Lagerfeld, diretor criativo da lendária Chanel desde a década de 80 até o fim de sua vida, foi o responsável por bater o martelo e decretar a volta do item cafona em sua coleção de verão de 2014.

A teoria de que “os humilhados serão exaltados” se encaixou na pochete, Sophia explica o porque do item virar um must-have das amantes de moda. “A peça comunica ao mundo a frase: mulheres livres e estilosas. Há a sensação de conforto nela, a peça permite que você fique com as mãos livres para fazer o que quiser, dá liberdade”, por conta desse detalhe tão especial, a pochete marcou presença em grandes festivais como Coachella, Lollapalooza, Rock in Rio, entre outros, é o item perfeito para quem quer curtir sem preocupação e sem ter qualquer coisa que atrapalhe.

“Acho que podemos dizer que é oficialmente uma febre quando além de todas as blogueiras e influenciadoras da moda, celebridades também passam a sair por aí, casualmente, com uma peça que está fazendo um burburinho. Das famosas internacionais vimos Kim Kardashian, Bella Hadid, Beyoncé até colocou a pochete na sua coleção Ivy Park para a Adidas. Já de brasileiras vimos Bruna Marquezine, Anitta e Marina Ruy Barbosa, realmente conquistou todo mundo”, afirma Andressa.

No último ano vimos o sucesso das bolsas de nylon lançadas pela Prada e do modelo ‘le chiquito’ da nova marca francesa Jacquemus, a nova queridinha do pedaço, levantando dúvidas sobre o fim dos dias de ouro da pochete. “Eu acredito que assim como qualquer tendência que perdura por muito anos, ela vai continuar indo e vindo e sempre voltando repaginada com releitura da época utilitária, mas cheia de estilo da época em que se encontra”, afirma Sophia.

Não podemos oficializar o até logo da pochete, mas é inegável que sua nova jornada no mundo da moda foi ótima, dando uma nova cara, repaginada, a peça se reafirmou no nicho, quem sabe, veremos novamente em alguns meses.