Saúde do idoso requer atenção redobrada durante o verão

Em razão da maior fragilidade física, especialistas alertam para os cuidados adequados

A estação mais quente do ano pode ser um problema ainda maior para os idosos. Confusão mental, fadiga, mal estar, tontura, dor de cabeça são alguns sinais de alerta que o corpo dá quando exposto a altas temperaturas. Desidratação e hipertermia estão entre as doenças que afetam especialmente os idosos durante a estação.

A enfermeira e cuidadora a enfermeira Yasmin Lacerda, da rede Amor e Cuidado, explica que o envelhecimento provoca alterações fisiológicas que diminuem a capacidade do corpo de se adaptar às altas temperaturas.

“Uma pessoa jovem tem 60% do corpo de água, o idoso tem apenas 40%, aumentando as chances de ter um quadro de hipertermia. O grande problema é que já que as pessoas mais idosas não sentem tanta sede, isso faz com que ele não tenha a percepção da necessidade da hidratação. É necessário a atenção para a ingestão de água, porque o maior problema da estação é a desidratação. Não espere que ele peça, oferte pequena quantidade ao longo do dia”, coloca a especialista.

Para evitar problemas renais, a enfermeira explica que bebidas alcoólicas e com muita cafeína também devem ser evitadas. “Uma dica para facilitar a ingestão de água é colocar sabor nela. Deixar a água mais doce com pedaços de frutas,isso facilita a aceitação deles”.

Outro ponto de atenção são os sinais de desidratação, como lábios e língua secos, diminuição da quantidade de urina, dor de cabeça, tonturas e mal-estar.

Para Daniele Bittencourt, especialista em medicina integrativa, a alimentação também deve ser modificada nesse período. “O melhor é optar por alimentos leves e com líquidos, pois facilitam a digestão e ajudam na hidratação. Prefira verduras, vegetais e frutas repletas de água, como a melancia”, relata. A especialista também orienta o uso de roupas leves, confortáveis e frescas que permitam uma boa ventilação corporal e evitem a hipertermia.

Outro alerta são as quedas. O período do verão pode causar um risco para idosos, principalmente por quedas a beira de piscinas e em praias, por causa dos desníveis e do piso molhado. Segundo uma pesquisa de 2018 revisada em 2020, quedas acidentais acometem cerca de 30% dos idosos acima de 60 anos e de 40 a 50% dos idosos mais velhos (acima de 80 a 85 anos), sendo a principal causa de lesões, fatais ou não, nesses grupos, com destaque para os longevos. Segundo dados do DataSus, do Ministério da Saúde, nos primeiros quatro meses de 2022 foram registrados 3.178 casos de internações de idosos por quedas em casa – um aumento de 17% se comparado com o mesmo período em 2021

O neurocirurgião especialista em coluna, Dr. Haroldo Chagas, a prevenção de quedas no indivíduo idoso deve ser feita a partir da manutenção da sua funcionalidade, ou seja, independência. Através, por exemplo, da atividade física regular, que trabalhe com equilíbrio e com a manutenção da massa muscular para que a queda não ocorra.

Entre as dicas do especialista em relação ao ambiente estão:

– Fazer exercícios físicos regularmente para o fortalecimento muscular e para o equilíbrio;

– Tomar cuidado com desníveis;

– Cuidado com o calçado usado pelos idosos, evitar chinelos que não tenham antiderrapantes, por exemplo.

– Em caso de queda, deve-se identificar a causa da queda para tomar medidas que evite que o acidente ocorra novamente.