Outubro Rosa: tricologista responde dúvidas sobre a queda de cabelo durante o tratamento de câncer de mama

A especialista fala sobre alguns questionamentos comuns entre os pacientes

O diagnóstico de câncer pode não só abalar o emocional e o psicológico de uma mulher, como também a sua autoestima. Um dos fatores principais para falta da autoconfiança é a queda de cabelo, causada pela radioterapia e quimioterapia, principais tratamentos para a doença, que resulta na perda dos fios já que há a danificação e a lesão dos folículos pilosos responsáveis pelo crescimento do cabelo.

“A radioterapia consegue atacar de uma forma rápida as células que estão em crescimento em seu corpo, afetando apenas a área específica onde o tratamento está concentrado. Então se ele for na cabeça, as chances de você perder o cabelo são altíssimas. O que é diferente da quimioterapia, que já é um tipo de tratamento que causa essa perda generalizada, sem ser somente no local que recebe o procedimento”, explica a tricologista Lidi Bastos.

Para evitar que haja uma queda numa quantidade muito grande, a especialista afirma que as toucas de resfriamento auxiliam na prevenção da perda de fios durante a quimioterapia, a técnica é feita com a colocação do acessório no couro cabeludo alguns minutos antes de cada sessão iniciar, e fica ligada a uma serpentina que sai de uma caixa de resfriamento, fazendo com que o couro cabeludo se mantenha em torno de 11°C.

“Essa técnica, ao utilizar a baixa temperatura, em torno de 4°C, proporciona uma vasoconstrição no local, isso dificulta que as drogas usadas no tratamento de câncer penetrem e danifiquem o folículo capilar, assim a perda dos fios pode ser bem menor do que o normal. O paciente pode ficar com essa touca de resfriamento por toda a sessão”, explica.

A dúvida sobre o período de tempo correto que pode surgir os primeiros sinais da queda de cabelo após o tratamento é bastante normal entre os pacientes, Lidi pontua que caso não utilize a touca de resfriamento, a perda dos fios já pode surgir a partir da primeira sessão, também sendo comum a perda de mechas a partir do 16° dia.

Também é comum que haja a dúvida sobre quando os fios voltarão a crescer, a especialista explica que pode retomar ao crescimento logo após o fim do ciclo terapêutico, mas é comum que esses novos fios nasçam com algumas falhas, mas que podem ser corrigidas naturalmente ao longo do tempo.

“Muitas pacientes se deparam com um novo cabelo após finalizar o tratamento contra o câncer, o que é normal, a radioterapia e a quimioterapia podem alterar a cor e a textura dos fios. O folículo piloso, região responsável por controlar o tom, a espessura e a simetria da fibra capilar, é super afetado pela terapia, causando essa mudança. Isso pode acontecer, principalmente, logo no começo do pós-tratamento”, a tricologista afirma.

Lidi aconselha que não faça qualquer tipo de procedimento químico, como a progressiva, a pintura e a descoloração dos fios, logo após realizar tratamento já que o cabelo está fragilizado, podendo retardar o processo de crescimento. “Para quem busca mudar o visual de forma imediata, o mais recomendado é utilizar mega hair ou perucas”, finaliza a especialista.