Estresse pode acelerar perda de colágeno e causar envelhecimento precoce da pele
Especialista explica como fatores emocionais podem influenciar no aparecimento de rugas e linhas de expressão
De acordo com uma pesquisa feita pela Associação Internacional de Gerenciamento de Estresse Brasil (ISMA-BR), o Brasil está entre os países que mais sofrem com estresse no mundo: 70% da população já apresentou sintomas da doença. Fatores emocionais podem influenciar diretamente diversas áreas da vida, e com a aparência não é diferente. O estresse, quando manifestado de forma crônica ou exacerbada, oferece riscos à saúde e pode causar o envelhecimento precoce da pele, aparecimento de cabelos brancos, queda de cabelo e doenças cutâneas.
Os impactos na pele podem ser percebidos em diferentes fases da vida e se apresentam de forma visível através de marcas de expressão e manchas. Além disso, desencadeia a redução na produção de colágeno e o aumento da sua degradação, gerando o aparecimento de rugas.
A dermatologista especialista em Dermatocosmiatria, Dra. Marília Acioli, integrante do corpo clínico da Áurea Dermatologia Integrada, situada em Salvador, explica que os impactos do estresse no envelhecimento cutâneo podem ser intensificados por outros fatores, como a exposição solar. O aparecimento de rugas, manchas, marcas de expressão, entre outros, são sinais indicativos do envelhecimento.
“O estresse oxidativo é o processo que gera radicais livres. Ele pode ser por questões emocionais, como estresse, e por outras causas como má alimentação, exposição ao sol, tabagismo etc.”, explica Dra. Marília. Em condições normais, os radicais livres são essenciais para o funcionamento do organismo, no entanto, quando em excesso, passam a atacar células sadias, causando envelhecimento precoce.
Não existe uma idade específica em que os sinais de envelhecimento devido ao estresse começam a aparecer. A médica explica que esse é um processo muito individual e varia de acordo com outros fatores.
“É muito difícil especificar uma idade, o processo de envelhecimento é muito particular e individual. A partir dos 30 anos podemos começar a observar o envelhecimento, ou começam a ser visíveis os primeiros sinais, como rugas profundas e manchas, mas isso varia muito de pessoa para pessoa. Atualmente os jovens e adolescentes, devido às rotinas de vida, estão expostos a um nível de estresse muito mais alto e a tendência é que os efeitos apareçam de forma mais precoce”, detalha a especialista.
Para amenizar os impactos gerados pelo estresse e outros fatores associados, o ideal é modificar a forma de execução das atividades diárias e inserir atividades físicas como parte da rotina. Além disso, Dra. Marília aponta que o acompanhamento com dermatologista, bem como tratamentos que estimulem a produção do colágeno, podem amenizar e reduzir o aspecto de envelhecimento na pele.
“Tudo aquilo que melhora a qualidade da pele e estimula o colágeno vai ser benéfico para a gente amenizar os efeitos do envelhecimento ao longo do tempo. Os principais são os bioestimuladores de colágeno, peelings, medicações injetáveis na pele, ultrassom microfocado, entre outros procedimentos que estimulam a produção de colágeno e desaceleram os efeitos do envelhecimento”, detalha a especialista.
A médica acrescenta que os cuidados básicos com a pele, alimentação adequada e realizar atividades físicas regulares também são importantes para o processo de desaceleração do envelhecimento do corpo e da pele. De modo geral, cuidar do corpo e da mente são ótimas opções para envelhecer de forma vigorosa, mantendo a saúde física e emocional.
“Precisamos pensar em uma qualidade de vida de maneira mais ampla, com sono adequado, gestão do estresse emocional com acompanhamento psicoterápico, uma boa alimentação e exercícios físicos. Esse conjunto faz com que a pessoa tenha níveis de oxidação do corpo mais baixos, gerando uma saúde geral melhor e isso vai ser refletido na pele. O paciente precisa entender que todos os hábitos que ele tem diariamente afetam o corpo, incluindo a pele”, finaliza.