Stanley Bittar, CEO da Stanley`s Holding, é a capa do mês da Revista Plástica e Forma.
- Sobre o Stanley antes e pós Stantely`s Hair. Quais as diferenças, aprendizados e sentimentos?
A forma de raciocinar, a forma de ver, a visão. A primeira questão é que antes ela era muito mais de médico do que de empresário. Agora, muito mais empresário do que de médico. São dois mundos completamente diferentes. Como médico, não estava preocupado com a gestão, estava preocupado com a operação era um operacional mesmo, “metia a mão na massa”.
Não tinha preocupação com o RH, logística, compras, entendeu? Nada disso, porque era unipessoal, “eu” era uma empresa, um negócio. Era uma empresa de uma pessoa era uma secretária, era uma clínica, era uma equipe, tudo era “eu”. Agora tudo mudou, porque aqui tudo é feito através de governança, de gestão, de departamento, de pessoas, de processos.
E, hoje essa já não é mais a primeira empresa, é uma franqueadora. Já são 12 empresas, agora vem mais 21, vamos terminar o ano com 33. Fora essa empresa, tem mais outras 17, são 18 empresas no total.
No entanto, são duas coisas muito diferentes mesmo. Hoje eu entendo de governança, de marketing, de vendas, entendo que é preciso entender de tributos, de logística, de finanças, de estratégia, de RH e de pós-vendas de pré-venda, de tráfego, e de tudo. Já não é mais a cirurgia que me importa. Eu continuo dando aula, mas hoje tem mais de 30 cirurgiões para se importar com a cirurgia, com manejo do dia a dia do paciente, da consulta, do pré e dos pós a cirurgia.
O que preocupa a gente e com a estratégia, qual o próximo passo? Onde é que vem grana? Como é que vai financiar as operações? Entendeu quais são os pontos de rupturas? E assim ajustar nossos planos de negócios.
- Como surgiu a ideia de criar a maior franquia de transplante e terapia capilar do Brasil?
Na verdade, essa ideia não é nova, a gente já tinha feito uma rede rodar na Europa na época em que eu morava lá, que ficou com o sócio que mora lá até hoje. Então a gente já tinha feito isso, a gente já sabia como fazer, e nesse período eu fui diretor médico de três empresas diferentes, multinacionais, nacional, todas as três eram líderes de mercado. Então, foi acontecendo e tudo isso foi se encaixando.
- Os desafios, obstáculos, acertos e vitórias.
Conseguir mudança de mentalidade totalmente. Assim teve que ser outro mundo, outra mentalidade, outro universo, outro tudo, totalmente com injeção contínua e crescente de otimismo.
Exercitando muito a resiliência. E era inato já. Mas eu tive que pegar muita porrada eu errei muito, mas aprendi muito. Quanto mais eu errava, mais eu acelerava, eu não parei pra ficar chorando pelo erro.
Houve ao longo dessa história, um foco muito grande na minha estrutura física, no meu corpo, no meu organismo, na minha nutrição, no meu cuidado pessoal que hoje está presente nessa entrevista. Estava desesperado querendo fazer o cabelo, a barba, o botox, meus extensores e isso e aquilo… e malha….
E isso, faz parte também dessa evolução, quanto dessa riqueza mental e riqueza corporal que a gente fala no método Riqueza Plena, estava redondo, eu passei a cada vez mais olhar e estudar, e me dedicar a tudo relacionado à gestão, marketing, vendas. Então ainda fiz esses três pilares para que a coisa funcionasse cada vez mais. Estudar a gestão, aplicar a gestão, fazer mentoria, fazer modelagem, fazer mastermind, mas, procurar o máximo de conhecimento possível e aplicar esse processo em pessoas e mecanismos. E aí, depois, muita coisa de marketing me deu o máximo possível, como faço até hoje, ser uma marca de marketing digital e entender sobre técnicas, sobre formato, sobre esse início e possibilidade de venda.
Tudo o que a gente construiu até agora, eu olho pelo que a gente se tornou, porque a gente errou, errou muito mais do que acertou, mas tiveram acertos que foram gigantescos.
Comecei essa caminhada empresarial em 1998, foi minha primeira empresa, tinha 18 anos de idade. De lá até aqui foram mais erros do que acertos. Foram mais derrotas do que vitórias. O bacana é que houveram acertos e vitórias, que foram muito maiores que os erros e as derrotas.
A galera tem que parar de ter medo é de bater cara na parede. Errou, aprende, acelera, corrige rápido, ajusta o bom e avança, porque tem uma vitória que vai compensar dez erros, e tem uma vitória que vai compensar cem erros.
Mas não funciona se você errou dez vezes seguidas, fazendo tudo igual, aí não! Mas se você buscar evoluir, os resultados vão aparecer.
Na minha jornada de 98 pra cá, já foram mais de 50 CNPJs, e os 14 primeiros foram só aprendizados, então posso afirmar que teve vitória, mas teve muito mais derrotas do que vitórias.
- Como ter energia para percorrer o Brasil e no espaço de 01 ano inaugurar 12 unidades?
Vocês vão me perguntar no final do ano como percorri o Brasil e no espaço de um ano fazer 24 unidades.
Isso tem tudo a ver com a mentalidade, com o otimismo, positivismo, resiliência. E também tem muito a ver com a minha alimentação. Eu uso, por exemplo, o jejum ao meu favor para aumentar a produtividade. Quando eu me alimento, como coisa boa, não estou falando de coisa cara, eu estou falando alimentação saudável, eu uso uma suplementação potente, vitaminas, minerais, inclusive nutrindrip que é a nossa terapia nutricional intravenosa, que está até aqui em cima da mesa para eu fazer agora.
Tudo isso é justamente para fazer com que o meu corpo tenha esse nível de rendimento, esse nível de desempenho e performance. Exercício físico, eu treino, não sou sedentário, hoje estava fazendo que 3ºC, estava a sensação térmica de -3ºC, mas mesmo assim treinei ás 6h00 enquanto está todo mundo dormindo, estou treinando.
No entanto, o meu desempenho tem a ver com a performance, tem a ver com o resultado, porque não tem resultado sem o processo adequado. Não tem resultado, sem atividade adequada, sem o esforço adequado, não cai do céu. Seu resultado é diretamente proporcional ao seu esforço.
Eu não conheço ninguém que tem esforço zero e resultado. Às vezes, o cara com pouco esforço tem muito resultado, porque? Porque é muito inteligente. O processo é muito bacana, mas esse conjunto não é uma coisa só, é esse monte de coisa que justifica por que eu consigo fazer isso. E agora, toda essa parte que eu falei corporal, de nutrição, de alimentação, de treino, tem uma mente saudável, uma cabeça boa, tem uma mente sã e um corpo são.
E o conjunto disso aí, é o conhecimento. Eu não faço, sei que não conheço. Se eu não conheço, eu vou estudar, e aí eu vou fazer o quê? Eu vou aplicar o conhecimento que muitas vezes eu faço. Isso é algo novo que eu estou estudando, pesquisar. O Fábio vai me falar um tal de arquétipo, de eu sei lá, xamânico.
Fica na minha cabeça, vou estudar e ver quais são. Já vou começar a entender sobre aquilo e é lógico e evidente que isso aí vai me dar um resultado a médio e longo prazo, não é a curto prazo. Outra coisa importante no raciocínio é a médio e longo prazo, não é nunca a curto prazo, eu nem faço questão do curto prazo.
Eu já penso logo no longo prazo e se dá resultado a médio prazo, ele só faz com que eu faça mais coisa ainda a longo prazo.
- Novos segmentos foram surgindo ao longo do caminho. Além do Network, quais foram os fatores que o motivaram na diversificação dos modelos de negócios.
Primeiro, a visão clara da construção de um ecossistema. Então eram vários negócios dentro de uma área, dentro de um universo específico. Eu não saí, por exemplo, de educação, saúde, beleza e fui para a culinária, por exemplo. Poderia até ter ido. O que teria se um certo fit? Poderia até ter uma relação, mas eu não fui, por exemplo, para mineração.
Como é que eu vou construir uma mina, uma siderúrgica, por exemplo, Fui para coisas que têm relação com o que a gente faz. Isso é um ponto da criação de um sistema, uma visão clara disso, conhecimentos, junto com empreendedorismo, duas ferramentas de modificação social. Terceiro ponto modelagem, fui entender quem fazia e já tinha conseguido o que eu queria.
E aí a modelagem como network amplifica a enésima potência também. Eu errei pra caramba, mas aí, mas quando acerto, acerto muito e continuou errando e vou continuar acertando muito. Aí, claro, quanto mais a gente avança e cresce mais a gente atrai outros parceiros, porque a atração, é um fator importante também. Você começa a ter essa capacidade de engravidar de outros projetos, começa a ter capacidade de ser hub, de ser incubadora, de ser aceleradora.
Então você vai tendo sucesso, vai estando com pessoas de sucesso e vai atraindo novos projetos, você estuda a capacidade que tem de abarcar ou não, de tocar ou não, de absorver ou não, de desenvolver ou não. Mas tudo vai acontecer naturalmente, não é nada ao acaso e não é nada também provocado de forma desorganizada, despretensiosa. Tudo tem uma visão, uma estratégia, uma tática para poder ter uma operação.
- A verticalização ocorreu com o transplante e terapia capilar, surgindo a necessidade de novos produtos e serviços?
A verticalização aconteceu com o transplante e com a terapia. Foram existindo a necessidade de novos produtos, de novos serviços, de novas verticais, dentro de uma grande horizontal, de um grande guarda-chuva que é a Holding, então nós fomos, na verdade, atendendo de certa forma não sem sentido, porque nós atendemos também as necessidades alheias às nossas.
Mas nós fomos sendo guiados pelo que a gente precisava para o nosso desenvolvimento, para o nosso crescimento, e isso norteou bastante e norteia o nosso raciocínio lógico.
- Como o médico encarou a necessidade de se aprofundar em conhecimentos relacionados à gestão empresarial? Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar, além das habilidades técnicas, humanas e conceituais.
Eu não tive escolha. Era isso ou eu não crescia, era isso, ou eu morria ou eu ia viver tentando. Tentativa e erro, porque sem essas ferramentas nós não conseguiríamos criar um ambiente sólido, saudável, um alicerce firme, porque justamente com as ferramentas de gestão de marketing e venda que você consegue estruturar todos os outros, não adianta você ter modelo de negócio se você não sabe implementar, se você não sabe implantar, se você não sabe quais são os processos que devem ser executados para que aquilo se transforme, saia da teoria para a realidade.
Então, há muita motivação, mas tem que ter ação, tem que ter realmente atitude e, principalmente, criação, você não cria algo que você não conhece, precisa entender aquilo para você conseguir transformar o que é teoria em realidade e motivação junto com uma boa dose de empolgação.
Mas você não basta estar empolgado, se você não sabe se você não tem conhecimento, se você não consegue realmente construir aquilo de maneira firme e não adianta, e não adianta você se sentir incentivado se você também não tem preparo, se você também não foi entender sobre compliance, governança, sobre como transformar aquilo de maneira organizada, você também acaba criando um castelo de cartas, um castelo de areia, então tudo isso foi necessário, senão não ia rolar, o que iria acontecer era a morte, era isso ou não ia ter nada.
- Quais foram as maiores limitações e barreiras encontradas no percurso e como superou cada uma?
Teve várias, barreiras culturais, barreira geográfica, barreira financeira, cultural, e barreiras internas, como a mentalidade.
Quando voltei depois de um período na Europa, acabei me concentrando muito mais no Acre do que em São Paulo, meu trabalho foi aqui como como diretor médico de multinacional.
Só que a barreira geográfica acabou me isolando, se eu tivesse feito o que eu fiz no Acre em 2010, se eu tivesse feito em São Paulo, hoje em dia a gente já teria uma multinacional, sem dúvidas. Por causa do mercado e de onde eu estava tentando implementar essa mentalidade eu derrapava muito, porque eram as ideias corretas para o momento equivocado e para o lugar equivocado.
A barreira financeira, a gente precisava de mais recursos, mais dinheiro e eu não sabia como captar, não sabia como gerar, não sabia como fazer isso. Não tinha nenhuma ideia de nada disso, das coisas que a gente sabe hoje e como é que a gente coloca isso hoje para rodar.
E a minha mentalidade também mudou muito, foi bem lapidada, evoluiu a visão hoje em dia é outra, o fato hoje é outro. Então também teve essa construção de liderança, de gestão e de governabilidade.
- Muitas pessoas tem o sonho de ser empreendedor, mas alguns fatores acabam sendo limitantes para transformá-lo em realidade. A maioria afirma não ter recursos para investir em estrutura e pessoal. Como superar este tipo de obstáculo?
Isso é uma realidade completamente limitante, não existe, está errado, porque isso está completamente equivocado. A lei que rege isso, é a seguinte faz agora e com o que você tem. Então, se você for esperar, o momento exato nunca vai existir. Se você for esperar por recurso, nunca você vai ter.
Tem que executar a sua ideia, o seu planejamento, vou usar as palavras de Jorge Paulo Lemann. “Sonhe grande, começe pequeno” . Pense em algo gigante, olha, a gente pensa em IPO, bilhão, etc. Mas a gente começou como negocinho em uma porta, era o que tinha na época, era o que dava pra fazer, era o que tinha que ser feito.
E aí foi crescendo o custo, foi aparecendo recursos, todo negócio sempre vai precisar de mais recurso, pois nunca é suficiente. Hoje um dos nossos trabalhos é angariar, captar recursos e buscar mais fonte de financiamento, grana, dinheiro, renda pra gente fazer mais coisas. Mas a gente também não dá o passo maior do que a perna.
Faz agora com o que você tem, e aí vai avançando, vai caminhando igual a uma corrida, uma maratona, é a mesma coisa.
- Quais conselhos você daria para quem está nos primeiros passos para ser um empreendedor?
Estude, sem estudo, você não vai a lugar nenhum. Se você quer fazer, é porque você acha que você é um autodidata genial, vai dar com a cara na parede. Você pode ser uma puta autodidata pelo sonho, mas você tem que estudar não adianta você achar que é um gênio, que você sabe tudo, e por isso vai fazer sozinho, você não vai fazer. Então, estude séries de pessoas melhores que você, procure um ambiente que realmente vá somar, que vai ser positivo, procure companhia que vai realmente agregar, que vai te levar para ir para o nível superior seguinte, próspero.
E aí, claro, educação e empreendedorismo são as duas maiores ferramentas de modificação social do mundo.
Tem que ter imersão, ter formação, ter cursos e ir para o ambiente realmente propício. Modelar hoje funciona muito para quem está começando e em qualquer momento, quem quer crescer e quem quer avançar. Quer empreender? Então você já tem a primeira parte, que é o “querer”, agora, pra ser, pra ter poder, você tem que se preparar.
- Um spoiler sobre novos projetos e lançamentos no mercado de Estética, Beleza e Saúde, além do empreendedorismo, inovação e investimentos.
O principal deles hoje, o que a gente mais fala é sobre a metodologia, a Riqueza Plena, que é uma esteira de produtos completa, que vem desde o livro, infoproduto, mastermind, MBA, jogo, NFT, criptomoeda, roupas, acessórios, tem vários outros, mas escolho este como a cereja do bolo.
Stanley Bittar – Instagram – @stanleybittar