Dependência emocional: especialista explica a situação
O apego excessivo é a sua característica principal
Engana-se quem acredita que a dependência emocional só ocorre em relações conjugais, seja no namoro ou no casamento, o ciúmes e a necessidade de controle na vida do outro vai além do amor, as pessoas presentes no círculo de amizade ou até um membro da família pode ser os alvos do problema que carrega um nível alto de possessividade.
Para a especialista em desenvolvimento humano Ester Gomes, a característica principal da dependência emocional é a sensação de não conseguir e de não merecer. “O problema pode surgir de uma forma simples e até mesmo razoável, como não conseguir ir à algum lugar sem estar acompanhado pelo seu namorado ou marido, deixar de fazer algo porque a sua prima não acharia legal, questionar a sua própria roupa por achar que a sua amiga não usaria, esses são alguns casos de dependência”, afirma.
Como o problema pode ser iniciado na vida de alguém? Ester acredita que a dependência emocional pode surgir na infância, pais superprotetores podem passar a sensação de que seus filhos não possuem a capacidade de tomar suas próprias escolhas e de fazer suas próprias decisões, sendo até de uma forma inconsciente, tornando-os mais frágeis e com a necessidade de conselhos para seguir coisas simples da vida como iniciar uma carreira, comprar alguma coisa, ir ao cinema.
Além da característica principal, há diversos sinais de que uma pessoa é dependente emocional. “Sentir-se sempre inferior, seja na questão da aparência, mas principalmente na questão de conhecimento, pessoas que sofrem com a dependência emocional costumam achar que não são profissionais competentes e que não são dignos de um bom reconhecimento no trabalho. Também costumam aceitar tranquilamente que outras pessoas façam escolhas por elas mesmas, como decidir o que irá comer, o que irá vestir, o que irá fazer durante o dia”, explica.
A busca por ajuda profissional, através da terapia ou psicanálise, é essencial para identificar as ações e os pensamentos que são considerados como prejudiciais que causam um desequilíbrio emocional na vida do paciente. Para Ester, o acompanhamento profissional ajudará a encontrar os atos que são repetidos constantemente, também encontrando formas de lidar com os sentimentos sem que fique preso à felicidade e a aceitação de terceiros sobre a sua própria vida.