Empresária Mari Lins acredita que Maurício Souza não deverá ter tanto sucesso como influencer: ‘homofobia não cabe em canto nenhum’

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Empresária destaca que marcas não querem atrelar sua imagem à homofobia 

O jogador de vôlei Maurício Souza teve aumento de seus seguidores após se envolver em uma polêmica por conta de uma postagem homofóbica. Passou de 200 mil para 2,7 milhões de seguidores. No entanto, mesmo com este elevado número, a empresária especialista em assessoria de influenciadores digitais, Mari Lins, acredita que o atleta não deverá lucrar tanto assim como influencer. “Dificilmente terá sucesso financeiro, pois as marcas não associam seu nome a homofóbicos, agressores, e demais pessoas que cometem crimes”.  

Um influencer com a quantidade de seguidores de Maurício pode lucrar facilmente mais R$ 100 mil por mês, já que são muito requisitados por diversas marcas. No caso de dele, entretanto, a polêmica que lhe rendeu demissão do Minas Tênis Clube é considerada grave e, portanto, prejudicial para a sua imagem. “Homofobia não cabe em canto nenhum, principalmente quando se fala no no meio digital, marcas e influencers”. 

O jogador, além da postagem homofóbica, em diversas ocasiões publicou comentários de apoio ao presidente Jair Bolsonaro e já fez ataques à imprensa. A homofobia não é tipificada como crime pela Constituição Federal, mas em junho de 2019 os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) permitiram que haja a criminalização da homofobia e da transfobia, considerando que atos preconceituosos contra homossexuais e transexuais possam ser enquadrados no crime de racismo.  

O Brasil é um dos países com maiores taxas de violência motivada por questões de identidade sexual e de gênero.  Em 2020, 237 pessoas foram assassinadas por este motivo, segundo dados do Grupo Gay da Bahia – GGB, que há 41 anos divulga o Relatório Anual de Mortes Violentas de LGBTI no Brasil. As taxas referente ao mesmo ano em relação aos assassinatos de trans e travestis colocam o Brasil como líder mundial neste crime: foram 175 mortes, segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). A entidade alerta que, só no primeiro semestre deste ano, o País teve 80 pessoas transexuais mortas.