Um encontro inusitado entre um dos principais nomes da MPB com a poderosa do funk no Brasil agitou o público no último fim de semana. Jorge Vercillo foi um dos convidados do primeiro ensaio oficial do Bloco da Anitta, e cantou ao lado da funkeira alguns dos seus principais hits como “Homem Aranha”, “Que nem Maré” e “Final Feliz”. A mistura de ritmo não foi uma novidade tão grande assim para os fãs do cantor e compositor. Isso porque recentemente, Vercillo lançou seu novo álbum, “Nas Minhas Mãos”, que faz diálogo com vários estilos diferentes dos percorridos por ele até hoje, trazendo parcerias com nomes como Vitor Kley, Thiaguinho, Péricles e o ex-jogador Ronaldinho Gaúcho.
De acordo com o cantor, as misturas musicais fazem parte da “Versatilidade Vercilliana”.
“Isso faz parte de mim. Na verdade está sempre surgindo um Vercillo novo. Porque eu sou um compositor e eu me deixo influenciar. Eu procuro me renovar. Um dos maiores hinos GLBTQI+ da MPB, foi feito por mim, que é o ‘Avesso’. Estou trabalhando agora numa outra música que toca neste assunto do romance homoafetivo feminino. ‘Final Feliz’ também encosta nesta liberdade de relação ‘Não há mal nenhum gostar assim’. Então eu estou sempre me renovando, sempre me abrindo para cantar e falar de assuntos polêmicos. E abordar o amor de diversas maneiras possíveis”, declarou Jorge Vercillo.
Ainda de acordo com o cantor toda essa versatilidade está presente também na nova geração da música, inclusive em Anitta.
“Somos seres aleatórios, o que quer dizer seres universalistas que se identificam com o todo e são plurais mesmo. Essa versatilidade eu noto que também é da Anitta. Ela canta MPB e adora MPB. E quando eu escrevi há anos atrás que a maioria dos artistas populares estourados no Brasil adoravam MPB era verdade. E vocês podem ver aí que é realidade.”, observou Vercillo concluindo logo em seguida: “A Anitta é uma pessoa aberta e eu também sou uma pessoa aberta. A gente ganha muito em ser aberto!”.